Tockers Meio da Vivo Keyd diz: “É, sim, um momento complicado”

Meio da Vivo Keyd falou abertamente sobre problemas do time e os objetivos para o Rift Rivals.

tockers-rr-header

LOL

Após as partidas do Dia 1 do Rift Rivals 2018, conversamos com o tockers, Meio da Vivo Keyd. Falamos sobre o Rift Rivals, entre expectativas e objetivos para a competição, sobre o público brasileiro, e sobre problemas na Vivo Keyd. Confira, a seguir, a entrevista na íntegra.

LoL Esports BR: Primeiro dia um pouco complicado para os brasileiros, hein? Obviamente, tem muitos fatores que podem influenciar nisso: adaptação, são regiões diferentes, pouco tempo de estudo… Existe alguma desculpa para as duas derrotas?

Tockers: Acho que não. Mas de certa forma as duas derrotas foram parecidas, acho que fomos pegos de surpresa, tanto nós quanto a KaBuM. Desculpa não existe: eles jogaram melhor e venceram. O objetivo é ver o que erramos para que não se repita, porque eles claramente abusam dos nossos erros, então acho que agora é adaptação. Não é porque perdemos o primeiro jogo do torneio que ele acabou, pelo contrário, temos que continuar nesse ritmo porque eu acho que vai dar certo.

L: Com as expectativas sobre Keyd e KaBuM lá em cima, a surpresa do CBLoL começar 0/2 no Rift Rivals fez muitos torcedores cobrarem o nível das equipes. Apesar de terem se redimido no final do dia, essas cobranças afetam vocês de alguma maneira?

T: Sinceramente, nesse ponto da minha carreira eu não vejo mais comentário sobre jogos, porque é muito mais complexo do que as pessoas pensam. Não é “o Brasil é melhor que o LAS, então automaticamente o Brasil vai ganhar”. Não é assim que funciona – em nenhum esporte do mundo. Não é porque você tem mais nome que você vai ganhar, e o LAS e o LAN cresceram muito nos últimos anos. Hoje em dia eles são tão fortes quanto a gente. Lá entre 2012 e 2014, talvez até o início de 2015, existia uma superioridade brasileira, mas era pelo nosso cenário ser mais antigo. Hoje em dia eles estão páreo a páreo com a gente. Podemos até ter uma certa “obrigação” de vencer, mas na cabeça deles eles também tem o mesmo pensamento. São duas regiões que tem as qualidades deles, e temos que respeitá-las. Os torcedores precisam começar a entender que o nível aumentou bastante.

L: Ano passado os dois 3-2 nas Md5 do Rift Rivals podem ter servido para acordar algumas pessoas que achavam que seria fácil enfrentar os latinos. Pra você também teve esse efeito?

T: Pra ser sincero, não esperava que fosse ser tão difícil no ano passado. Os dois times não estavam em momentos muito bons, tanto a Red quanto a Keyd, e acho que dessa vez também estamos passando por isso. Já do outro lado são os times mais fortes das suas respectivas regiões. Acho que as pessoas não param para pensar nisso. De certa forma serviu para me acordar, sim. Vi como era fácil ser superado. Não é porque você tá na frente uma vez que você vai sempre estar. Tem que manter o treinamento sempre no mesmo nível se quiser continuar evoluindo. Serviu para despertar o CBLoL para a realidade de que se dermos mole, vamos piorar e as outras regiões vão nos passar.

L: Vocês deste elenco jogaram juntos três torneios Wildcard, e agora estão de volta a uma competição internacional. Tinha alguma expectativa sobre vocês voltarem a enfrentar equipes de outras regiões?

T: Para falar a verdade, não. Cremos que se fizermos nosso jogo, independente da região, vamos vencer. Mas nem sempre é assim que funciona. Temos que ter o pé no chão de que já não é tão fácil fazer o seu jogo, todos ficaram mais espertos. Então temos que ser muito mais cuidadoso para que não haja derrotas bobas, como a do primeiro jogo deste Rift Rivals.

L: Vocês estão vindo de duas derrotas do CBLoL. Na última partida pareciam estar bem ansiosos, o que não é uma característica de vocês. Estão em um momento complicado?

T: É, sim, um momento complicado. A mudança de meta afeta muito mais do que dois ou três Campeões em uma função diferente. Agora já estabilizou um pouco, mas há algumas semanas estava uma verdadeira bagunça, e acabou que nos perdemos ali no meio. E depois que se perde, muita coisa acontece e tomamos pancada mesmo. Perdemos o fio da meada. Nunca aconteceu conosco de cairmos tanto quanto caímos, tanto individualmente quanto em time. Tinha muita coisa no jogo e não estávamos conseguindo lidar com tanta informação. Mas agora que está estabilizando, então acredito que estamos começando a ter uma melhora, mas ainda muito aquém do que esperávamos. Acho que estamos em 20% do que queremos e não vamos parar até conseguirmos chegar a 100%.

L: Os problemas que vocês tinham antes, lá em 2016, estavam mais atrelados a fatores psicológicos e de convivência. Agora, parece que, além disso, vocês estão enfrentando problemas dentro de jogo. Como vocês sentam para discutir e resolver isso hoje em dia?

T: Agora é bem mais complicado. Naquela época não tínhamos tanta experiência, mas em nível de jogo eramos um pouquinho acima da média, pelo menos aqui no Brasil. Não tínhamos tantos problemas no gameplay, porque mesmo se jogássemos um pouquinho abaixo, ainda dava pra vencer. Hoje em dia, se bobearmos, vamos tomar. Morremos na lane, morremos pra coisas bobas, então somos muito mais cobrados individualmente. E talvez não estejamos nos dedicando tanto quanto antes, e isso está pesando. Além dos problemas dentro de jogo também surgem problemas fora de jogo. Um gera o outro. Fica mas difícil ainda de resolver, mas também somos mais maduros para isso, então se conseguirmos ser eficientes nas conversas, vamos superar essas dificuldades.

L: Agora você, individualmente. Você teve um jogo ruim na primeira partida, mas conseguiu evoluir muito para a segunda partida. No ano passado foi a mesma coisa com o takeshi: não estava tão bem e conseguiu aquela partida 5 da semifinal de Cassiopeia. Acha que o Rift Rivals tem um pouco disso, de fazer as pessoas encontrarem seu jogo?

[su_feed url=”https://www.hardwarelivre.com.br/feed/” limit=”4″]

T: Acho que não. A real é que quando se joga o Rift Rivals você encara estilos de jogo diferentes. Às vezes o seu estilo encaixa contra aquele time, às vezes não encaixa contra outro. Apesar de eu ter jogado mal de Zoe os últimos dois jogos, acho que muito veio de estarmos perdido enquanto time, e ela é uma Campeã extremamente vulnerável, dependente de visão. Quando você não consegue controlar a visão em volta dela, ela será extremamente punida. É o que aconteceu nos últimos jogos com a gente. Depois tivemos uma conversa e decidimos jogar mais ao redor dela – e aconteceu isso (NR: terminar 7/0/9 contra a Rebirth). Individualmente ela é a minha melhor Campeã. Eu tinha 70% de taxa de vitória com ela na Coreia, é com quem eu mais treinei e sou extremamente confortável, mas não estava encaixando no time. Acho que não necessariamente só o meu jogo individual, que eu acho que está um pouco abaixo, mas estávamos jogando errado com ela. Ainda não estou no nível que eu quero, mas venho jogando bastante essa semana para melhorar de novo.

L: Pelo formato do Rift Rivals, mesmo se vocês perdessem todas as partidas, ainda iriam para a Semi. Lembro de vocês, ainda como INTZ, testando as coisas na Fase de Pontos, e nos playoffs dando o máximo. Acredita que tem espaço para isso aqui?

T: No Rift Rivals estamos indo para cada jogo para ganhar. Testar coisas é bom, mas no momento estamos usando esse torneio para melhorar como time, dentro e fora de jogo. Esses jogos também estão servindo como prática no palco, o que é sempre muito bem-vindo. Estamos levando bem a sério para conseguirmos ver os nossos defeitos e consertar eles para o CBLoL e para o próprio Rift Rivals. O foco está sendo melhorar como time a cada partida, e não testar as coisas, porque temos problemas maiores para nos preocuparmos no momento do que só testar.

17h – Infinity eSports (LLN) x (CLS) Rebirth eSports
18h – Vivo Keyd (CBLoL) x (LLN) Rainbow7
19h – KaBuM! e-Sports (CBLoL) x (LLN) Infinity eSports
20h – Kaos Latin Gamers (CLS) x (CBLoL) Vivo Keyd
21h – Rebirth eSports (CLS) x (CBLoL) KaBuM! e-Sports
22h – Rainbow7 (LLN) x (CLS) Kaos Latin Gamers


Fonte: LOLEsports

Sair da versão mobile